sexta-feira, 6 de julho de 2012

...sobre o medo e a coragem de optar, decidir e assumir a escolha por um parto natural...

Só fui pensar em parto lá pelo quinto mês, parecia algo muito distante… eu não sabia quase nada. Uma amiga de meu marido, a Laura, tinha uma bebezinha de já um ano que havia nascido em casa. Na época do seu nascimento eu achei o máximo este exemplo, mas também achei meio loucura. Bom, quando chegou a minha vez, meu marido (Paulo) lembrou-se dela e nos colocou em contato, ela foi super prestativa a me ajudar, me orientar, me indicar profissionais… daí eu comecei a ficar com medo e tomar consciência de que aquela bebezinha sapeca que estava na minha barriga teria que sair um dia, e a questão era: como??? Pois é, parece pergunta de criança, mas a gente volta a se fazer neste momento e realmente se preocupa com isso.

Sim, fiquei com medo e construí algumas barreiras para evitar falar sobre o assunto e me fiz um pouco de boba com a Laura, não deixando nossos diálogos (via e-mail) fluírem. De alguma forma eu sabia que não, mas alimentei dentro de mim uma concepção equivocada de que esta história de parto natural e ainda mais em casa era moda, vaidade... Claro que não falei isso para o Paulo, pois ele rebateria na hora, então fui alimentando essas coisas quietinha. Tenho até vergonha em confessa-las aqui...

Queria deixar correr o tempo e ver no que dava. Meu marido, sempre muito respeitoso e compreensivo com as minhas escolhas, sempre tinha um jeito todo carinhoso de me lembrar em perguntar as coisas para a Laura e responder aos seus e-mails. Bem, a Laura me colocou em contato com uma rede virtual de mulheres, muitas mulheres, cujo objetivo era discutir assuntos relacionados, sobretudo, ao parto. Neste grupo além de mulheres cheias de dúvidas como eu, haviam também as mães experts pela experiência e também profissionais como enfermeiras obstetrizes e doulas. No grupo fiquei bem mais à vontade, não me sentia cobrada por ninguém e ainda podia acompanhar todas as discussões que apareciam quietinha. Resultado: viciei na lista de fóruns e obtive muita, mas muuuuita informação mesmo!

Mas ainda tinha medo. Cheguei ao ponto de não querer saber nada sobre parto e fechar livros que eu havia comprado, me recusei a ler e no fundo, no fundo queria que alguém me dissesse: "Você vai fazer assim e pronto!" Mas não tinha ninguém que dissesse isso pra mim. Naquela época (e hoje dou graças à Deus) mudei de emprego e fiquei sem convênio médico. Meu pré-natal foi todo feito pelo Iamspe e o médico era só praxe pra receitar, fazer guias de exames e dar atestados, tentei conversar com ele algumas vezes sobre a minha pretensão de fazer um parto natural e ele desconfiou da minha coragem e me pareceu estar bem desatualizado também.

Durante um tempo convivi com uma sombra espessa daquelas barreiras que eu havia construído e eu precisava me livrar dela. Eu tinha medo, e não era da dor. Eu não sabia exatamente o que era. Ao mesmo tempo em que eu estava convicta que o melhor seria optar por um parto natural, já que eu e a bebê apresentávamos boa saúde para isso, eu também tinha medo de umas tais 'complicações' surgirem no decorrer. Puxa, a gente cresce ouvindo cada coisa assustadora: que faltou oxigênio, que era muito grande, que passou da hora, que o cordão estava no pescoço… um horror. Então eu ainda insistia muito nesta tecla: e se ocorrer alguma complicação? Até que postei na lista de discussão essas dúvidas e mulheres muito especiais conseguiram destruir todas as sombras que me cegavam: 

"Creio que a resposta (ao menos a que eu daria) seria a de que, na cesárea, qualquer complicação é vista como fatalidade, destino, uma pena. No parto normal, qto mais normal/natural for, mais soa como irresponsabilidade, inconseqüência, loucura...

Dureza ter que assumir as rédeas na saúde e na doença, não??!"

Era ISSO que eu precisava ouvir: tomar as rédeas e assumir a responsabilidade! E isso me estremecia: a responsabilidade e a condenação da sociedade e família. Daí eu não tive mais dúvida: eu não me faria de boba e ingênua para entregar a decisão do MEU parto nas mãos de um médico por pura conveniência!!!

Outra mulher respondendo às minhas angústias:

"Oi Fabiana, calma. É claro que sempre devemos pensar nos prós e contras de qualquer decisão mas também não sairíamos de casa se focarmos só os riscos. Em primeiro lugar é bom ver o tempo, condição e situação dos relatos que você ouviu. Se você se informar sobre a causa de intervenções num parto, as fases de um parto e outros dados em sites confiáveis já vai identificar facilmente o que pode ter gerado essas complicações que te contaram. Relatos do amigo da prima de não sei quem, é bom ignorar, as histórias sempre mudam um pouco a cada vez que é contada. Com certeza vc terá muitas outras respostas para as tuas dúvidas. Além disso acho bacana você explorar os arquivos da lista, principalmente ver relatos de parto e blogs das meninas que participam daqui. Não existe nenhum tipo de parto totalmente seguro, aliás nada na vida é totalmente seguro, mas com certeza vc ficará mais tranquila vendo as estatísticas e aprendendo mais sobre o parto.
Tendo um pré natal bem feito, estando assistida por bons profissionais e não tendo problemas de saúde que possam interferir, parir é natural e vc pode ficar tranquila."

É bem verdade que muitas vezes estes relatos  são um 'disse que me disse' danado, e neste ponto da minha busca, eu já sabia que muitos médicos forjam a justificativa da cesárea no prontuário (por conta de possíveis fiscalizações) e enganam as mães fazendo-as acreditar que são incapazes de parir. Puxa, a cada resposta que lia sentia uma força imensa se edificando dentro de mim!

Reconheci que o que eu deveria fazer era tomar as rédeas e assumir o controle e a direção, e outra mulher me estendeu a mão:

"Bravo!
Terá mesmo e o parto é só o início das grandes escolhas da maternidade."

A partir desse dia a certeza já tomava conta de mim, o meu MEDO era de ir parar num hospital e passar por todos aqueles procedimentos e tal... Como mãe eu já havia escolhido que não deixaria minha filha passar por certos procedimentos desnecessariamente.

Eu e Paulo fomos visitar a Casa do Parto de Sapopemba e foi amor à primeira vista. Um ambiente limpo, bonito, tranquilo e acolhedor… uma casa! Sem falar das enfermeiras maravilhosas que nos receberam. Contudo, sabia que uma cesárea é fundamental em alguns casos então eu tinha que pensar num plano B, daí fomos visitar alguns hospitais da região e todas as visitas só fizeram aumentar a certeza de que eu queria um parto NÃO hospitalar.

Pois bem, eu já tinha essa certeza mas tinha que conquistar o apoio da minha mãe, pois mãe é mãe, e eu me sentiria muito mais segura e confiante com o apoio dela. Foi um processo paralelo ao meu, tudo o que eu descobria compartilhava com ela e assim fui ganhando o seu apoio.

Li muitos relatos de partos, acompanhei postagens de mulheres sobre suas dúvidas e angústias, li todas as respostas, pesquisei links indicados, procurei livros citados, assisti palestra e entrevistas de médicos e profissionais humanizados, busquei dados científicos, assisti vídeos de parto (normais e cesáreos)… enfim… mergulhei numa busca insessável de conteúdos que me ajudassem a fortalecer a minha escolha.

Sim, neste momento eu já estava empossada, já estava lutando pelo MEU parto!!!

Devo agradecer imensamente às pessoas que me ajudaram a tomar essa decisão, que me disseram que eu era capaz, que a natureza tinha um plano maravilhoso para nós, mulheres. Agradeço ao meu amado Paulo que me incentivou, guiou e acolheu o tempo todo com sua paciência, carinho e amor sem iguais. À Laura, por me colocar em contato com pessoas tão especiais, à quem também devo desculpas pelos e-mails não retornados. Às 'Maternasp' que tanto contribuíram com suas discussões e fóruns. Às enfermeiras da Casa do Parto de Sapopemba por me receberem tão bem. Aos meus pais que com toda a sua simplicidade e receios, confiaram na minha escolha e me motivaram a realizá-la. 

Sem essas pessoas o MEU parto poderia não ter sido tão maravilhoso... mas este relato ainda está no forno e é melhor deixá-lo para outro post...

Até lá!

...maternidade transformadora...



A maternidade realmente é um marco na vida de qualquer mulher, por isso, para falar um pouco de mim é impossível não citar este maravilhoso momento. Para mim a maternidade começa a partir do momento que descobrimos que estamos grávida. Primeiro vem uma sensação de surpresa: "Nossa, tem uma vida aqui dentro de mim!", depois parece que esta vida sempre esteve lá!!!

No início era tudo muito abstrato, mas a cada ultrasson, a cada pequena mudança no corpo cresce algo tão forte e poderoso que é até difícil verbalizar. Aproveitei o máximo que pude este momento. Sempre que possível ficava sozinha em casa com minha bebê: a gente conversava, fazia planos, tomava banho, fazia massagem, carinho, brincava… Plenitude, esta é a palavra!

Enquanto mulher, foi durante a gravidez que me senti, pela primeira vez, como uma loba protetora e voraz. Este sentimento me fez pensar e repensar quais eram as decisões que eu tomaria dali para frente, para mim e para minha cria. Me enchi de força e assumi de peito aberto este marco e esta nova etapa da minha vida. Passei de 'mamãezinha fresca' ingênua para militante por um parto humanizado e fugitiva de postos de saúde e hospitais…mas essa história fica para outro post…

Até lá!

...poéticas Infantis...

Para quem não me conhece devo dizer que sou 'professora de educação infantil e ensino fundamental' mas prefiro ser chamada de educadora. Atuo nesta área já há uns nove anos e, é claro, que a fotografia sempre esteve comigo nesta caminhada e ocupa um lugar bem especial no meu trabalho.

É muito comum, sobretudo na educação infantil, fazermos registros fotográficos da vida escolar das crianças. Tenho fotos da minha primeira turma de alunos, quando a câmera da escola ainda era analógica, nesta época as fotografias eram mais escassas e geralmente da turma toda.

O fato é que sempre gostei de fotografias de minúsculos detalhes mega ampliados. Detalhes quase imperceptíveis mas que carregam em seus gestos muita poesia e beleza. Os olhos de uma criança, suas mãos, seus pés… Quando surgiu a câmera digital não havia limites para as fotografias e pude fazer esses registros à vontade.

Não sou nenhuma super fotógrafa profissional, e nem os equipamentos que manejo são se última geração, mas tento registrar imagens que simbolizam muito para mim.

O resultado é uma pequena coleção de fotografias que entitulo "poéticas infantis" onde tento mostrar algo a partir de um ponto de vista que julgo próximo ao da criança.

Aqui vai alguns desses meus registros!

Gramado - Santo André 2008

Gentileza - Santo André 2008

Força - Santo André 2008

União - Santo André 2008
Gentileza - Paranapiacaba 2010

Invenção - Paranapiacaba 2010

Na calçada - Paranapiacaba 2010

A neblia e o manacá - Paranapiacaba 2010


Até!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

...meu primeiro scrapbook...




Como já disse sempre gostei de guardar fotografias e há alguns anos eu nem fazia idéia do era scrapbook. Pois bem, por meio de uma amiga que fazia pinturas country, conheci uma lojinha bem simpática de produtos para artesanato: A Casa Vantin, SBC. Lá tinha de tudo e fuçando aqui e ali descobri os produtos para Scrap. Daí resolvi fazer uma aula para conhecer algumas técnicas e AMEEEEI! 

Na mesma semana comprei vários papéis lindos, furadores, estiletes, adesivos, apliques… Nossa, tive que me controlar!  Decidi fazer um álbum para as minhas fotos de bebê, pois elas estavam soltas e espalhadas em caixas e gavetas, também resolvi meter as caras e fazer o álbum - estrutura, fecho, pinos e revestimento. Ficou lindo!!!

O que mais gosto neste álbum além das fotos, é claro, é que ele foi feito genuinamente e criativamente, pois naquele momento eu não sabia praticamente nada sobre scrapbooking e também não tinha muitos recursos, tudo o que fiz foi expressar meus sentimentos e emoções ao compor cada página. A relação afetiva que tenho com as fotografias fizeram com que o álbum ficasse tão simples, bonito e sincero.

Aqui está um pedacinho deste xodó!






Até!

terça-feira, 3 de julho de 2012

...fotografias...


Este bebê na bicicleta é meu pai com meus avós e tia!!!

Sempre gostei muito de fotografias antigas, especialmente de familiares, que contavam um pouco da minha história também. Na família fiquei conhecida como a "ladra" de fotografias. Sempre que ia visitar minha vó, tios e madrinha, pedia para ver (rever) as fotografias guardadas naquela casa. Huummm… que delícia! Conversa vai, conversa vem e no meio de bolos de mandioca e café fresquinho, cantava uma foto pro dono da casa. É verdade que todas  que tenho foram consentidas, mas algumas ainda não consegui tal façanha. Na minha família as fotos são meio disputadas, pois são raras já que antigamente não era todo mundo que podia pagar por uma fotografia.

Aí é que está o barato! Como fotografia era algo caro, era necessário escolher muito bem os raros momentos que seriam eternamente registrados pelas lentes da câmera. Daí que há muitas fotografias lindas que ilustram momentos de nossa história, casamentos, nascimentos, aniversários e até morte.

Assim, já fazem alguns anos que coleciono fotos da minha família, e tenho o maior orgulho de tê-las bem guardadinhas e preservadas comigo. Atualmente estão todas numa caixa bonitinha e redondinha aqui em casa, pela família estão em caixas, álbuns despedaçados, baús, armários… Por isso quero fazer um álbum especial para elas, com tags para anotações e cantoneiras para preservar o papel e principalmente dedicatórias, datas e comentários que estão atrás da foto. Será que vou conseguir convencer minha vó!?

Assim que preparar este álbum compartilho aqui com vocês!

Até!